Série | Man Seeking Woman (muito mais que uma simples comédia)

Ontem ao almoço decidi escolher uma série nova para começar a acompanhar. Vi a comédia Man Seeking Woman na lista e o nome chamou-me a atenção. Abri para ler a descrição:

"Josh Greenberg (Jay Baruchel) é um jovem ingénuo e romântico que, após ser deixado pela namorada Maggie (Maya Erskine), começa uma nova busca pelo amor da sua vida. A morar em Nova Iorque, passa a viver os altos e baixos do primeiro encontro, sem perder o animo de que, algum dia, a agonia terminará."


Pareceu-me convidativo, no registo de comédia, com uma perspectiva um bocadinho diferente das que costumo gostar - geralmente prefiro séries em que o papel principal é no sexo feminino, talvez porque me identifique mais rapidamente. Abri o primeiro episódio com a expectativa de uma comédia romântica que não me surpreenderia muito, mas do género que gosto.


Comecei a ver o episódio e fiquei a pensar para mim "mas que raio de porcaria é esta?!", nos primeiros minutos acontecem cenas tão parvas que pensei "bem, eu gosto de comédia, mas esta já é demais para mim, que treta". No entanto, decidi ver o episódio até ao fim. Com o desenrolar da história é que percebemos o encanto desta série e a partir do momento em que se faz esse 'click' na nossa  cabeça, tudo o que já vimos faz sentido. 
Decidi falar aqui da série devido a toda a polémica que tem circulado em torno dela. Algumas pessoas não compreendem como foi renovada para uma segunda temporada. Apesar da série não ser, de longe, das minhas favoritas, só quem não percebeu a mensagem pode dizer isso. O estilo da série é muito peculiar, mas cumpre bem o propósito de demonstrar as fases que se passam após terminar uma relação.


Passo a explicar. - Pequeno spoiler.
No primeiro episódio a namorada acaba tudo com Josh, após muitos anos de namoro. Josh fica devastado, como é da praxe, há sempre um amigo que aparece a tentar arranjar-lhe um novo engate, que fará com que ele se esqueça da namorada. Entretanto a irmã arranja-lhe um encontro com uma amiga e, quando vão jantar, a tal amiga é nada mais nada menos que um troll (sim, um troll) - este foi o meu primeiro momento 'Wtf?'. O jantar corre pessimamente e Josh regressa a casa. Mais tarde é convidado para uma festa na casa do ex e, quando lá chega, descobre que ela tem um namorado novo, um velho de cadeira de rodas, de nome Adolfo (Hitler) - há que frisar que Josh é judeu. No fim, no regresso a casa, Josh conhece uma mulher no metro, acabam por fazer conversa de circunstância e Josh consegue o número dela. Começam a chegar chamadas absurdas a parabeniza-lo (dos pais, do presidente, sei la de mais quem, o mais surreal que conseguirem imaginar).



Já estão a pensar também "mas que raio"?

A verdade é que, a amiga que a irmã lhe apresentou não é nenhum troll, é uma mulher, que deve ser gira, porque a dada altura ela entra numa discoteca e o segurança olha para ela e meio que lhe faz olhinhos. Embora nós a vejamos como um troll, dá para perceber. Nós vemo-la da mesma forma que Josh. Para ele, ela até podia ser a mulher mais linda do mundo, mas como ainda gosta da ex, é como  se a tal rapariga fosse um troll horrível e assustador, no qual ele não tem o mínimo interesse. 
O mesmo se passa com o Adolfo, o novo namorado de Maggie. Provavelmente é um rapaz normal, mas Josh vê-o como a pior pessoa do mundo, por isso a sua ideia de horrível seria um velho "caquéctico", e ainda por cima nazi (visto que Josh é judeu).
A parte da mulher que ele conhece no metro e as chamadas absurdas que recebe depois a dar-lhe os parabéns por ter conseguido o número dela, representam aquela fase, após acabar uma relação em que, finalmente se ganha um pouco de motivação ao ver que afinal há outras pessoas no mundo. A espécie de felicidade ilusória do primeiro "engate" após o fim de uma relação. O êxtase de se sentir quase desejado de novo.


Como podem ver, toda esta série é feita de metáforas e, se entranharmos esta lógica, todos os restantes episódios fazem sentido na nossa cabeça. Conseguimos até identificar-nos com muitos deles e é essa fase, a fase em que nos identificamos, que realmente tem piada. As coisas absurdas e surreais que acontecem depois de acabarmos uma relação.
Esta série não é das minhas preferidas, nem sei se acompanharei muitos mais episódios (pelo simples facto que já vejo tantas séries que só acompanho mesmo as que gosto mesmo muito), mas uma coisa é certa, o seu conceito foi muito, muito bem concebido!

Deixo-vos aqui o trailer:


Já tinham ouvido falar da série e da polémica em torno dela?
O que acharam?

3 comentários:

  1. Não conhecia a série também e adorei sua resenha! Vou procurar para assistir <3
    Um beijo

    Dicas para Todas

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  2. Óh! Já vendeu a série, tenho que a procurar e ver.
    A utilização das metáforas (visto a troll e o velho Hitler) como explica são realmente inteligentes.
    Obrigada pela review ;)

    ~ Carla'C
    Coisinhas da Carla'C

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