Não quero casar? Mentira!...

Se perguntarem a alguém da família qual a minha resposta quando alguém me falava em casar, já com os meus 4 ou 5 anos, era sempre: “Eu não quero casar! Quero trabalhar para ter uma casa e viver sozinha!”, do alto da minha visão de independência que até hoje não percebi como começou tão cedo. Esta resposta manteve-se ao longo dos anos, durante a adolescência e até mesmo agora.
Então, mas não quero casar?
Se casar significa fazer uma festa enorme que vai acabar com o dinheiro que não tenho ou que os meus pais não têm, não. Não quero! E mesmo que tivesse dinheiro, acho que dificilmente alinhava nisso…. Vá talvez só a parte do vestido de noiva! Acho os casamentos bonitos, sim senhor. Mas depois vai-se a ver e metade deles só são bonitos no dia da boda (se é que me entendem).

Casar, para mim não tem de necessariamente envolver igrejas (até porque também tenho opiniões peculiares sobre este assunto, a serem discutidas outro dia), não tem necessariamente de envolver papéis assinados por ambas as partes, com padrinhos e madrinhas e testemunhas do “amor”. Quero mais que isso se lixe.

Para mim, casamento, no que deveria ser o seu real sentido, são duas pessoas que se amam, mas que acima de tudo, se respeitam, são companheiros na vida, nos problemas, nos momentos maus e claro, nos bons. São cúmplices, são melhores amigos, sentem-se felizes em partilhar a vida (que é o que de mais importante temos) com outra pessoa e não se imaginam com mais ninguém. Para mim, isto é sim, a definição de casamento. É preciso um vestido cor de flor de laranjeira e mais de 100 convidados para isto? Ou padrinhos? Acho que não. Isto demonstra-se no dia-a-dia, à pessoa com quem estamos e a nós mesmos. A opinião dos outros vem depois e, acreditem, quando existe amor e união, toda a gente será testemunha disso (familiares, amigos…), simplesmente por verem a ligação entre essas duas pessoas, não são precisos papéis assinados, nem bolos de três andares.

É óbvio que há pessoas que sonham com o dia do casamento, eu nunca sonhei. Já sonhei em ir de férias para as Maldivas, em ter uma casa só minha (ou nossa), em comprar sapatos e outras tretas, mas casar, nem por isso. Não digo que não, atenção! Se um dia se proporcionar será um evento feliz na minha vida com certeza, mas nada de grandes pinderiquices, uma coisa pequena, só com amigos chegados (que dão para contar pelos dedos), a família mais próxima e nada de igrejas (para grande desilusão da minha mãe). O meu namorado, diz que pensa o mesmo, portanto estamos em sintonia!

Resumindo, sempre dei esta resposta de “não quero casar” para que não me chateassem com o assunto e, acreditam que resultou? Com quase 25 anos, implementei isto tão nova que ninguém na minha família se atreve sequer a perguntar! Porque ninguém tem nada a ver com isso e porque a vida de uma mulher é muito mais do que nascer, casar, engravidar e ser mãe e dona de casa (claro que existem mulheres que sonham com isto, tudo bem. Mas nem todas temos de seguir, por obrigação da sociedade, o mesmo padrão).

Casem, não casem… façam grandes festas, ou casem às escondidas, o que interessa no fim é ser feliz e respeitar a relação e união que têm com outra pessoa, porque isso, meus caros, é muito mais bonito que qualquer festança de casamento!