Péssima experiência de trabalho

Lembram-se de vos ter falado neste post que andava afastada do blog porque tinha começado a trabalhar? Bem, nessa altura estava a fazer a "formação" numa loja, para começar a trabalhar este sábado que passou. A loja era gira, eu gostava das coisas que estava a vender, gostava dos colegas e até do trabalho em si, apesar de ser muito cansativo e das condições de trabalho não serem as melhores. O meu objectivo era, realmente, adquirir experiência na área, uma vez que não a tinha. Fiz formação de terça a sexta feira e tudo estava encaminhado para começar "oficialmente" no sábado. 
E digo "oficialmente", porque ainda não havia contrato assinado. E agora esta é a parte em que vos conto que a pessoa que era proprietária da loja, durante a minha entrevista, ficou a saber que eu precisava mesmo de contrato, para ter acesso ao estatuto trabalhador-estudante e voltou a ser relembrada por mim disso mesmo no segundo dia de formação, dia esse em que me deu a entender que enquanto não houvesse contrato me pagaria "por fora" (mas deixando também em aberto essa possibilidade). No meu último dia de formação voltei a falar-lhe da questão contratual e pareceu-me que estava a tentar adiar e contornar o assunto de todas as formas, o que já me vinha a parecer dias antes. 
Tendo em conta a minha, confesso, pouca experiência de trabalho e também a dos meus familiares mais próximos, o normal é quando se termina o período de formação, ou no último dia de formação ou no primeiro dia oficial de trabalho, ser-nos entregue o contrato, com as condições de trabalho e tudo mais, para ser assinado por ambas as partes. Isto parece-me ser o normal e o legal! Sem contrato não existem garantias nenhumas, não existe garantias (excepto verbais) de pagamento, não existe protecção contra acidentes não existe direito a subsídios(de férias, de desemprego, ou baixa) e poderia continuar por ai fora a enumerar coisas.
Mediante tudo isto e a juntar ao facto de que as condições de trabalho me faziam lembrar das noticias que lemos de fábricas de grandes marcas que exploram pessoas na Índia ou na China, posso dizer-vos que trabalhava 7 horas (trabalhei, aliás, durante 4 dias de formação), 7 horas essas que eram passadas de pé (não imaginam as dores que tinha nos pés ao fim do dia) e muito mal pagas, 7 horas essas nas quais se quisesse ir ao wc tinha de ir o mais rápido possível tentar ir poucas vezes (posso dizer-vos que no segundo dia não fui simplesmente ao wc, sim 7 horas sem um xixi sequer) e para comer, não havia horários de almoço. Comprávamos a comida antes de ir para a loja (ou levávamos de casa), ou então íamos a correr comprar (foi-me dito até para aproveitar, enquanto ia o ao wc de caminho comprava a comida e se possível para até comer no caminho, para ser mais rápido). Caso não comesse no caminho e trouxesse para a loja, tínhamos que comer dentro de uma arrecadação minúscula (aquelas que ficam debaixo dos degraus das escadas, sabem?) à pressa e caso entrassem clientes, claro, parar e atender....
Enfim, como vos disse, mediante tudo isto e ainda a evidência de que a pessoa responsável pela loja estava a tentar desviar o assunto, decidi na sexta feira cessar a minha "colaboração". 
Podia dizer o nome da loja, podia entrar em detalhes sobre quão baixa a pessoa foi quando me ligou a tentar transformar uma questão profissional em algo pessoal, ao tentar por falinhas mansas convencer-me a ficar, justificando-se que estava muito doente com febre ou que ia prejudicar as minhas colegas que gostavam muito de mim e como isso não chegou, tentou apontar o dedo ao meu carácter e a coisas que respeitam à minha vida pessoal e não profissional. Enfim, não foi bonito e realmente se me contassem no começo eu não acreditaria. Mas felizmente, livrei-me a tempo!
Desculpem o testamento, mas precisava desabafar e a minha experiência pode servir-vos como exemplo. Tenham muito cuidado, pois o que não falta é gente a querer aproveitar-se da necessidade dos outros.

13 comentários:

  1. Que situação mais chata, infelizmente há muito disso

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    1. Mesmo! Infelizmente há sempre alguém a tentar aproveitar-se.

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  2. Infelizmente, há pessoas que não são sérias e que se aproveitam da pouca experiência dos outros para implementar algumas coisas. Ainda bem que te livraste disso.

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  3. Um contrato verbal vale tanto quanto um escrito cabe à entidade patronal provar que tu efectivamente nunca lá tiveste. Todo esse resto, é me comum e já me aconteceram situações bem piores... E isto, é o pão nosso de cada dia e mujer, tu prepara-te e lê e vê os teus direitos. Porque cá fora, é cada um por si - sim infelizmente é mesmo assim. :/

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    1. Pois acredito, a mim já nada me surpreende. Ainda o ano passado tive uma situação complicada com um projecto que coordenei também, mas tudo se resolveu, felizmente. Agora esta situação foi realmente surpreendente. Infelizmente é mesmo assim! :/

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  4. Infelizmente há por ai muitas situações dessas.

    Isabel Sá
    http://brilhos-da-moda.blogspot.pt

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    1. Infelizmente é mesmo assim Isabel, há sempre alguém a tentar aproveitar-se da ingenuidade dos outros!
      Beijinhos

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  5. Que pena que não correu bem... Há de arranjar uma nova oportunidade com certeza! Estou torcendo por ti!
    Beijinhos,
    Mari
    http://marimalhomakeup.blogspot.com.br/

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    1. É mesmo Mari, mas talvez tenha sido melhor assim. Obrigada querida! :)
      Beijinhos

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  6. Que mau, a sério! Ao menos chegaram-te a pagar as horas feitas?

    Beijinhos :*
    elefantemagico.blogspot.com

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